Acabamos de sair de Media Luna, depois de uma calma manha com sol e nada
de vento. A travessia ontem do Bransfield foi praticamente com mar zero.
Estamos agora rumando para o canal inglкs, entre as ilhas Greenwich e
Nelson, para comecarmos nossa travessia de 55 horas pelo Drake. A
previsao do tempo nao esta' muito animadora, com ventos de 30 nos e
ondas de 5 metros nas primeiras 24 horas. Devemos ter mar calmo logo
depois com ondas apenas (2-3 metros) voltando a mar forte muito forte
perto de Cape Horn. A previsao para o dia 5 pela manha, quando
chegaremos nas proximidades de Cape Horn e' de ondas de ate' 6 metros de
altura e vento acima dos 40 nos.
Minhas coisas estao todas no chao, tenho agua e biscoitos na lateral da
cama e agora estamos preparando a oficina para o que vem pela frente.
Volto a estabelecer contato quando chegarmos em Port Williams, na noite
de 5 de janeiro.
"Que Neptuno nos traga boas ondas e bom vento em seus jardins de Drake"
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29/12 Paradise Bay - Skontorp - Neko
Paradise Bay e' sempre o que diz seu proprio nome - um paraiso. Mas
nesse dia meio nublado e com vento fraco, o cinza do seu se misturou um
pouco ao branco da neve e ao preto das poucas rochas a vista. Como de
costume acordamos com Sebastian na sua fala matinal, cafe' em 15 minutos
(pontualmente as 8h00). Eu ja' tinha sido escalado para dirigir um
zodiac por Skontorp e rapidamente coloquei minhas roupas. Descemos
primeiro Sho e eu para esperarmos por Sebastian e Alex nos outros dois
zodiacs, alem de Yuri e doc no quinto zodiac. A ideia era passear por
Skontorp e quem sabe, ver um desprendimento de gelo. Mas o vento nao deu
muita tregua e apesar de fraco, estava chato e umido. Tentei evitar ao
maximo que os passageiros se molhassem mas com algumas cruzadas de proa
com Sebastian e Alex, acabei ensopando alguns deles.
Logo apos o passeio, desembarcamos em Brown para a foto do grupo, mas 4
passageiros desistiram do desembarque e voltei ao navio com eles. Passei
o zodiac ao Doc que manejou tranquilamente de volta a praia, e logo fui
escalado por Sebastian a subir o glacier ao lado para ajudar com o grupo
afoito que subiu a neve congelada e dura atras da estacao argentina.
Nada de escorregar na neve desta vez, pois estava meio perigoso.
O frio obrigou muita gente a desistir logo de ficar admirando a paisagem
e descemos pouco depois. Embarcamos para o navio com uma fome do cao e
muitos passageiros ainda congelando. Varias baleias ao longe pescavam
tranquilamente no canal de Lemaire.
Apos o almoco fizemos Neko Harbour, como sempre tranquilo - praia,
pinguins, escalada de neve e Shoshana's point bem no alto da geleira.
Desta vez subi apenas ate' a metade para controlar os passageiros que
desistiram no meio do caminho. A neve estava muito dura e nao dava nem
sequer para caminhar direito sem tomar um escorregao. Nao deu muito
tempo para os passageiros comecarem a abandonar o pico e descer para a
praia. Zodiacs servidos, passageiros transportados e uma janta
maravilhosa do mestre Marcelo esperando por nos.
Era o comeco da noite com deslocamenteo para Deception, navegando rumo
norte pelo estreito de Bransfield. O fim de tarde estava magnifico, com
um por de sol e nuvens de uma pintura. Mesmo com o vento frio a noite
foi de tirar fotos. Decidi ainda por uma bela e quente sauna noturna
antes de dormir. Devidamente relaxado, nao me lembro nem com o que
sonhei...mas dormi profundo.
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30/12 Deception (BANHO) - Media Luna - FREI
Entramos em Deception cedo pela manha com uma surpresa desagradavel - o
barco Vivamar, de bandeira italiana e com mais de 100 turistas a bordo,
estava ocupando nosso fundeadouro em Whalers ! Que M. !! Sebastian, o
lider da expedicao, tentou em vao falar com o lider da expedicao do
Vivamar, e ficou fulo da vida ! Que grosseria. Depois de varios minutos
no radio e com o sangue fervendo na cabeca, Seba olhou para mim e disse
"vamos! quero ver o cabron olhos nos olhos". Troquei de roupa em um
passo e pronto para a guerra voei para o deck para pegar o bote. No
exato momento que subi no Zodiac para ligar o motor, entrou o Ice Pilot
do Vivamar no radio para falar com Sebastian. Escusas e mais escusas,
mas nao arredaram o pe' do lugar. Pelo menos evitaram a confrontacao com
as desculpas usuais.
Mas o que era para dar muito errado acabou dando certo - fomos para
Pendulum cove, bem dentro da ilha vulcвnica. O lugar nao tem os predios
baleeiros antigos, mas tem agua muito mais quente que em Whalers.
Desembarcamos Sho, Sebastian e eu para uma vistoria, e ja' de cara
encontramos uma sopa de krill cozido na praia. Delicia ! o banho ia ser
otimo e foi mesmo.
Em pouco tempo a orda de passageiros estava de roupa de banho pulando na
agua. Eu nem esperei muito e mandei ver. Fotos e mais fotos, e a agua
escaldante na superficie e congelante no fundo. Foi divertidissimo e
ate' o capitao Alex entrou na danca. Depois do banho, o vento nao deu
muito espaco para ficarmos molhados na praia, e tinhamos ainda que
empurrar o Vivamar para fora de Whalers as 11h30. Foi o que fizemos !
paramos do lado do barco italiano como que dizendo "sai fora !" ate' que
levantaram вncora e deixaram espaco para nos.
Descemos rapidamente para Whalers e caminhamos entre os predios, apenas
para tirar fotos. Nao mais do que 45 minutos em terra e o suficiente
para congelarmos um pouco pelo vento frio e o corpo quente do banho
anterior. Subimos a bordo para o almoco enquanto o navio se deslocava
para Half Moon em Livingston.
Por ali, apos o almoco, o vento parou e o sol abriu firme e forte, tanto
que pudemos ir caminhando ate' a base argentina Almirante Cвmara,
fechada como sempre ! e com mais lixo na praia. Encontramos uma boia de
pesca flutuando calmamente na baia empurrada pelos ventos praia acima.
Ficamos uma boa hora por ali, com as aguas tranquilas de Half Moon e
alguns poucos pinguins curiosos. Voltamos para o barco para a janta e o
famoso concurso fotografico, que acabou nos trazendo uma surpresa. Pela
primeira vez em 3 anos (segundo Shoshana), o ganhador do prкmio, um
vinho chileno de US$ 200,00, decidiu matar a garrafa com os guias !
vinho delicioso, saborado com queijos finos em uma mesa do bar do navio.
maravilha !
Seguimos para Frei calmamente, com tempo de sobra para arrumar todas as
coisas. Infelizmente baixamos вncora so a meia noite, e por isso nao
liguei para o Brasil. Deixei minha mala pronta para mais uma troca de
cabine. Afinal, Diana iria chegar no proximo voo. Apesar do cansaco, fui
dormir bem tarde, mas contente por mais um dia proveitoso e bonito. Fui
dormir sonhando com minha casa em Santos, apesar das boas lembrancas do
dia.
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31/12 HAPPY NEW YEAR !
O dia amanheceu nublado e frio, com uma cara de nao bons amigos.
Levantei pouco antes do cafe' e la' estava o Lautaro (rebocador chileno)
e no cantinho da baia de Fields estava o "Mar Sem Fim" em вncora, atras
de uma chata de apoio chileno. Muito cedo para chamar pelo radio.
Desci para o cafe' e praticamente abri o salao. Os poucos acordados
estavam ainda fechando as malas e colocando as roupas de desembarque.
Alguns mais tristes que outros, por deixar a Antartica naquele dia, aos
poucos o salao foi enchendo. Eu acabei terminando o meu mais cedo, subi
e ainda consegui falar com minha mae por telefone. Saudades do Brasil -
35 graus, um calor danado e aquele barulho de fundo da praia cheia de
gente. Por aqui a praia estava quieta, com meia duzia de pinguins e 4
graus com pouco vento.
As 9h45 em ponto comecou o corre-corre com as malas para a praia (Alex)
e eu ja' me postei na passarela para o desembarque de passageiros, que
comecou logo em seguida. Sebastian, Sho e eu descemos ate'
Bellingshausen para um passeio diurno na igreja ortodoxa e depois na
base russa. Calmamente os passageiros desfrutaram da manha fria e aos
poucos fomos nos movimentando para os predios da base Escudero
(Instituto Antartico Chileno), ao mesmo tempo que uma neve fina comecava
a cair. O voo estava no horario e nao precisamos esperar muito: 11h48 em
ponto o aviao tocava a pista para mais uma troca de passageiros.
Nesse meio tempo ainda falei com o "Mar Sem Fim". A tao aguardada peca
do reversor chegava no mesmo voo que nossos passageiros e eles estavam
ansiosos. Despedidas e "Feliz Ano Novo", o ar parecia cheio de tristeza,
pois ninguem queria sair dali, o que era impossivel. Aos poucos o grupo
foi subindo para a pista, e depois de abracos, beijos e apertos de mao
dos exatos 52 passageiros, ganhei alguns minutos de folego antes que os
novos passageiros chegasse ate' a praia.
Tempo suficiente para falar com a Mariana, ja' em Brasilia na casa dos
avos para a festa de fim de ano. Ela me disse que estava construindo um
barco (de blocos) igual ao que eu estava. Meu coracao seguiu apertado o
resto do dia, mas como estou contando as horas para a volta, ate' que me
safei bem enfiando a cara no trabalho. Passageiros chegando, e um
cronograma apertadissimo, em apenas 1h30 conseguimos receber 30 novos
passageiros, caminhar ate' o alto da Igreja, leva-los para carimbar
passaportes em Bellingshausen, e ainda embarcar todo mundo. Ja' no navio
ainda vimos o voo levantar com os passageiros com destino a Punta
Arenas. Zarpamos imediatamente para nosso proximo destino - Discovery
Bay, nas Ilha Greenwich, perto da base chilena Arturo Pratt. Cruzamos
ainda por baleias (que cacamos para as fotos da noite, e' claro!),
icebergs bem azuis e outras formas mais bizarras. Chegamos para o
fundeio na baia as 18:30 horas.
Fiquei de botas, calca impermeavel e blusao corta vento ate' no
almoco-lanche, depois na palestra de boas vindas, treinamento de
abandono de barco, e ainda por cima coloquei filme na sala de reunioes
para aqueles que quisessem ver a aventura de Shackleton no cine
antartico. Fui tomar banho e trocar as roupas passado 18 horas !!!
Agora estou descansando antes do coquetel de fim de ano e da ceia. Nada
como um happy new year antartico.
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01/01/2010 ! Walkers (Hanna Point) & Baily Head/Pendulum (Deception)
Guerra de Neve !!! Finalmente comecamos uma guerra de neve das boas.
Tripulacao, passageiros e staff, com a neve acumulada das ultimas horas
sobre os botes e tiros para todos os lados. Tomei um balaco de neve na
cara que me deixou tonto. Mas tambem coloquei o Doc e Sebastian pedindo
agua. A meia-noite do ano novo, subimos a ponte de comando e desejamos
Feliz Ano Novo no canal 16. Apenas um respondeu. Estavamos atracados em
Discovery Bay, perto da estacao Arturo Pratt (Chile), com o "Dione Sky"
ancorado na nossa frente. Mal dava para ver o barco de tao forte que foi
a nevasca da noite. Temperaturas la' fora por volta de zero grau, mas
dentro do navio a temperatura subiu bastante. A festa foi modesta para
os passageiros, mas logo descemos para a sala de jantar dos tripulantes,
e ali a balada russa seguia solta. Entre mortos e feridos, salvaram-se
todos, apesar da dor de cabeca da vodka russa. Fui para a cama as 2h00
com uma saudade imensa de casa.
Acordei cedinho no dia seguinte, as 07h30, a tempo de ver a entrada de
Walkers Bay na ilha Livingston. Sinceramente, nunca tinha visto um tempo
tao calmo. O mar estava com pequenas manchas de gelo formadas durante a
noite na ausкncia completa de vento. Tomei um susto enorme quando olhei
ao longe e vi uma ilha inteira atras do navio - era Deception, a mais de
50 km dali. A visibilidade era magnifica. Pessoalmente, eu nunca tinha
visto Deception inteira e desprovida de nuvens. Hanna Point, nosso
destino, se sobressaia ao gelo branco da baia Walkers. Ali tem uma
colonia nao reprodutiva de elefantes marinhos, varios ninhos de Petrel
Gigante (Macronectes giganteus) e uma maravilhosa colonia de pinguins
gentoos com alguns macarronis no meio. A primeira visada com o binoculo,
avistei uma boia de pesca laranja no canto da pinguineira - Lixo
marinho. Ficamos de recolher na volta.
O desembarque em Hanna Point e' dificil por causa do Swell. Ondas
oceвnicas lavam a praia com qualquer tempo e o vento atrapalha bastante
o equilibrio do barco. Mas nessas condiscoes perfeitas que encontramos,
o desembarque foi tranquilo. Sho, Sebastian e eu descemos primeiro para
vistoriar a area e localizar os grandes elefantes marinhos. A tatica
escolhida foi concentrar os passageiros em um pedaco limpo da praia e
andarmos depois em fila, atraves da colonia de elefantes. Varios animais
descansavam pela praia mas nao avistamos nenhum grande macho. Apenas
jovens e algumas fкmeas gordinhas. Uma foca caranguejeira e alguns
pinguins tambem passeavam por ali.
Caminhamos por mais de uma hora entre a praia e a colonia, subindo cada
vez mais a encosta ingrime de Hanna Point. La' em cima era possivel ver
Deception em todo o seu explendor, alem da visao total e completa da
area de Walkers Bay. Um Petrel Gigante apenas nos observava de seu
ninho, atento mas ao mesmo tempo conformado com todo aquele movimento.
Encontramos um pouco de lixo na praia - os restos de uma garrafa de
coleta de agua (cientifica), um frasco de amaciante de roupas vazio, e
um fundo de uma garrafa de plastico. Estou impressionado como perto das
Shetlands encontramos tanto lixo ! Na volta para a praia, ainda demos
uma parada no museu a ceu aberto de Livingston - uma bancada de pedra
com varios exemplares fosseis de plantas, folhas e galhos, arvores
petrificadas, rochas e ossos de varios mamiferos marinhos.
Depois de uma hora embarcamos todos os passageiros para o navio e ainda
fiquei no ultimo bote para a operacao de resgate da boia lixo flutuante
na praia - uma velha boia de pesca laranja ja' semi vazia e um pouco
destruida. Voltamos todos satisfeitos ao navio e ja' tomamos rumo para
Deception, visita planejada para depois do almoco.
No entanto, o tempo estava tao bom, mas tao bom, que mudamos de planos.
Baily Head e' uma falesia proeminente no lado sudeste da Ilha Deception,
do lado externo. A praia tem uma inclinacao absurda, quase ingrime e com
as ondas e vento e' praticamente inacessivel. Mas com aquele tempo,
tinhamos que ter sorte. Descemos novamente Sho, Sebastian e eu para ver
se era possivel um desembarque rapido, o que realmente aconteceu. Apesar
da praia de tombo, sem swell e sem vento ficou facil descer os
passageiros. Ali tem uma colonia de Chinstraps, ou pinguins-de-barbicha,
com pelo menos um milhao (isso mesmo ! um milhao !!!) de individuos. A
Pinguim Railway dali e' monstruosa ! Sao centenas de pinguins indo e
vindo por minuto, alheios a nossa presenca. A praia parecia Copacabana
em domingo de sol, mas ao inves de banhistas, tinhamos pinguins. Fiquei
maravilhado e surpreso com a altura que os ninhos alcancavam. Os morros
proximos, com bem mais de 100 m de altura, tinham ninhos por todos os
lados. Impressionante !
O dia nao tinha terminado e embarcamos novamente todos com destino a
parte de dentro de Deception. Desta vez fomos a Pendulum Cove, para um
banho de agua quente. Eu estava com frio e desta vez decidi nao entrar
na agua. Mas o povo amou e entrou mesmo. Uma das passageiras, de oruigem
nordica, ficou mais de 15 minutos nadando de um lado para outro,
enquanto que o marido corria pela praia. Foi no minimo divertido.
Embarcamos mais uma vez todos os passageiros para a janta, e ainda
cruzamos com o Polar Pionner fundeado em Whalers, na entrada da ilha.
Nosso rumo era sul - atraves de um Bransfield calmo e sem ondas, com
poucas nuvens no ceu e uma noite maravilhosamente calma. Eu coloquei um
filme para os passageiros (Marcha dos Pinguins) as 9h00 em ponto e fui
dormir. O cansaco tinha vencido.
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02/01/2010 Curveville & Neko - Good Bye Antarctica
O segundo dia do ano comecou quente, com sol e nada de vento.
Atravessamos calmamente as aguas de Bransfield e estavamos agora nas
proximidades de Gerlache, com a Ilha Curveville logo a frente. A ideia
era fazer um pequeno cruzeiro de Zodiac e depois desembarcar na ilha.
Como de costume, tomei meu cafe' rapidamente e fiquei de prontidao. Os
Zodiacs seriam dirgidos por Sho, Sebastian, Alex e eu. Como eu estava
pronto, fui para a agua primeiro e como Sho teria que liderar,
aproveitei meus minutos livres na agua para brincar um pouco com o
Zodiac. Peguei o melhor barco dentre os cinco zodiacs que temos, e
fiquei correndo como um doido entre os icebergs que estavam perto do
navio, ate' que Sho gritasse comigo para voltar logo ao trabalho. Acabei
encostando no navio e embarcando os passageiros na sua maioria
italianos. Foi uma comedia. Passamos o passeio todo cantando musicas
italianas entre os icebergs. Como o Zodiac foi apelidado carinhosamente
de Ferrari, acabei virando o Felipe Massa (!).
Demos a volta em Cuverville e do outro lado varias focas leopardo
descansavam nos blocos de gelo. A agua estava muito clara e com o sol,
podiamos ver o fundo rochoso a mais de 10 metros de profundidade, cheio
de algas. Maravilhoso. O desembarque foi tranquilo e desta vez fiquei
descansando dentro do zodiac na praia. Nao havia necessidade de subir na
colonia de pinguins e alguem tinha que tomar conta dos barcos que
ficaram na praia. Sentado na areia, os pinguins se aproximavam curiosos
e um deles encrencou com a corda que prendia o barco na nossa
caixa-вncora. Outro visitante inesperado foi um pinguim adelie que
passou na minha frente. A colonia e' exclusivamente de gentoos, mas as
vezes um ou outro adelie aparece por ali.
Mais uma hora e voltamos com todos ao barco para o almoco - comida
chinesa ! delicia ! calmamente degustado ate' que alguem gritasse
"!orcasss!". Ai foi um corre corre. Desci correndo ate' o quarto e
peguei a cвmera, e ficamos por mais de uma hora nos deliciando com um
espetaculo a luz do sol. Um grupo de orcas nadavam ao redor do barco
fazendo piruetas. Varios filhotes e juvenis curiosos passavam de um lado
para outro do barco e nadavam do nosso lado. Desisti de tirar qualquer
foto e preferi filmar e observar os belissimos animais nessa agua
transparente, sem palavras para descrever. Que sorte ! As orcas nao sao
tao simples de se observar por aqui nessa epoca do ano. Infelizmente
tivemos que abandonar o grupo e seguir viagem pois tinhamos hora marcada
em Neko Harbour - nossa ultima parada no continente antartico.
Neko estava dinivamente calmo com um sol quente e praia limpa, apenas
com alguns grandes blocos de gelo. A foto do grupo foi na praia mesmo, e
eu acabei subindo em um bloco medio para sair na foto. Demos a volta na
praia e como de costume subimos ate' o glacier acima (que apelidei
carinhosamente de Shoshana's point porque ela e' sempre a que vai
primeiro abrindo a fila e o caminho na neve). Caminhei tranquilamente
sem o casaco pesado e suando feito um cavalo pois a subida nao e' facil.
Ficamos mais de uma hora por ali, de bobeira, ate' descermos novamente
para a praia e nos despedirmos definitivamente da peninsula. Nossa
proxima parada e' Half Moon na ilha Livingston, onde vamos fazer um
desembarque e depois seguir o Drake.
O jantar foi "file' argentino" e recebi um agrado do chef Marcelo - ele
deixou a carne no ponto que eu pedi ! e meu prato foi entregue com o
recado "especialmente para o Andre". Obrigado Marcelo. Janta feita,
mousse de chocolate (dois) devorados, coloquei o filme 90 South, a
aventura de Scott, e fui tomar um banho. Acabou-se mais um dia
antartico. Fui para a cama contando as horas de chegar na America do Sul
novamente. Aos poucos, "Neverland" - como chamo a Antarctica, esta'
ficando para tras. Ainda dei uma olhada na previsao de mar e tempo para
o Drake, mas nao tive nenhum quadro confiavel. Vou aguardar amanha.
--- fim do log ---
André, a molesa da Antarctica está acabando, boa viagem. O esperamos para um agradável trabalho nesta terra tropical de muito calor.
ResponderExcluir"MOLEZA" DA ANTÁRTICA,KKKKKKK,É O ´TIPO DE PIADA QUE SÓ AMIGOS FAZEM E A GENTE RI!Eu que sou super-híper-mega friorenta,tremí só de ver suas fotos!Um abraço da Bahia
ResponderExcluirhttp://nane-jardimdasoliveiras.blogspot.com.br/